As provas da primeira fase da 19ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (OBMEP) foram realizadas no mês de junho no Rio Grande do Sul. Acompanhados do Professor de Matemática, Yuri Theodoro, XX estudantes do João participaram da Olimpíada. O resultado da avaliação será divulgado no dia 2 de agosto. A OBMEP é destinada a estudantes do 6º Ano do Ensino Fundamental à 3º série do Médio. A Coordenadora dos Anos Finais do EF, Ianne Godói, acredita que, ao participarem de uma olimpíada, os(as) estudantes adquirem habilidades socioemocionais e articulam seus saberes prévios e as competências desenvolvidas ao longo da escolaridade.
Confira a entrevista com o Professor Yuri, que está à frente do Clube Olímpico de Matemática:
1 – Como foram as aulas preparatórias?
A preparação para as aulas foi dividida em aulas presenciais e online. Este ano, tivemos o Clube Olímpico como preparação para diversas provas. Notamos que os(as) alunos(as) inscritos(as) no Clube têm apresentado um bom desempenho nas provas. Na Olímpiada de Informática, por exemplo, alguns alunos erraram somente uma questão.
Quando ocorreram as enchentes, pensei que não poderíamos ficar sem as aulas, pois os(as) alunos(as) depositam muita confiança em mim; então, achei que não seria justo com eles chegar no dia da prova sem a preparação planejada. Junto à Coordenação, disponibilizei três aulas on-line e, para minha surpresa, vieram, praticamente, todos(as) os(as) alunos(as) do Clube. Foi muito exitoso, eles estavam muito bem.
2 – Quantos alunos participaram e quanto tempo duraram as aulas?
O Clube tem, em média, de 11 a 14 participantes, varia de acordo com o período de provas do currículo escolar. A ideia de fazer o Clube Olímpico veio dos próprios estudantes, percebo que eles aproveitam bem os 50 minutos de aula. Alguns ficam até mais tempo, se necessário, para revisar alguma questão.
3 – Por que os alunos são incentivados a participar de provas como a OBMEP? Quais os benefícios adquiridos com esta experiência?
Eu vejo que o principal incentivo que nós, professores, oferecemos aos alunos para participar da OBMEP, não são só os benefícios em relação aos prêmios que a Olimpíada dá, mas sim, incentivar eles a se desafiarem e irem além daquilo que eles acham que podem. Pelo menos, os(as) alunos(as) que fazem parte do Clube sempre conseguem ir bem mais longe. Eles conseguem desenvolver um raciocínio muito maior; eu noto quando eles fazem um exercício e dizem “nossa, mas é só isso”. E o mais legal é que eles relatam que, como a Matemática tem sua metodologia, o entendimento dos problemas de lógica faz com que eles consigam transpor isso para outras disciplinas; então, eles conseguem um bom desempenho. A OBMEP não é só olímpiada: ela ajuda na organização, estudos e desempenho acadêmico. Consequentemente, acabamos tendo o prêmio, honras ao mérito, o ingresso em universidades, como o curso que foi criado neste ano com o ingresso no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). Os alunos com maior desempenho na OBMEP têm ingresso garantido, com bolsa de estudo, em um dos cursos da Ciência de Dados, Ciência da Computação, Matemática e Física.
4 – Para finalizar, gostaria que falasse um pouco sobre o aprendizado da Matemática aqui no João. O Núcleo da Infância fala sobre a construção desse “pensar”, de criar hipóteses e “pensar Matemática”. Gostaria que comentasse um pouco como é no Núcleo da Juventude e em sala de aula.
Como docente do Núcleo da Juventude, eventualmente, participo dos Clubes e Trilhas, e percebo que o aprendizado da Matemática é construído nesta ideia de sistematizar o “como se aprende e organiza” e a “forma de aprender”. Porque a Matemática necessita dessa linha cronológica de começarmos num ponto, aprendermos e chegarmos ao final. Só que “aquele final” depende de toda a bagagem que tu vens construindo. Na Infância, a gente tem a OBMEP Mirim, organizada pela Professora Daniela Passos, e ela vem trazendo esse interesse dos alunos de forma muito positiva, de forma que os estudantes dos Anos Finais têm demonstrado interesse em participar. Aproveito para agradecer à Professora Daniela, pois isso está fazendo muita diferença.
E, no Núcleo da Juventude, eu e os demais Professores trabalhamos com a Matemática de forma a associar a teoria com a prática, associada à programação, à construção na parte da educação Steam [um acrônimo para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Esta metodologia interdisciplinar tem a função não só de intensificar as cinco áreas, como também de interligá-las, com foco na aplicação prática do aprendizado]. O fazer e pensar Matemática, no João XXIII, é construir na prática. Pensar com prática e, também, de responder àquela boa e velha pergunta: “onde, quando e como vou aplicar isso na minha vida?”.