“A escola não deve ser um lugar de criminalização, mas de acolhimento e reparação”, ressalta palestrante do Seminário Educação em Tempos de Reparação  

A professora doutora Luciene Tognetta foi a última palestrante do Seminário Educação em Tempos de Reparação. O encontro on-line, realizado no dia 28 de outubro, contou com algumas participações especiais na abertura do evento. Representando o Conselho de Alunos (CA) e o Grêmio Estudantil do João XXIII (GEJ), o jovem Lorenzo Farias explicou um pouco da ação dos dois órgãos, que contam com a participação dos estudantes da Escola. A Presidente da Associação dos Profissionais do João (APJ), Clara Coelho, ressaltou que ética e cuidado têm sido palavras-chave na gestão da entidade nos últimos dois anos. Depois, foi a vez do Vice-Presidente da Fundação Educacional João XXIII, Ricardo Kuchembecker, saudar e agradecer por todo empenho e dedicação pela realização do Seminário, que contribuiu para um debate de ideias tão relevantes na palestra de Carlos Skliar e, também, na de Bárbara Carine. Quem convidou Luciene para iniciar sua fala foi a Orientadora Educacional Hildair Camera (Dadá), que deu as boas-vindas à educadora.   

Agradecida pela calorosa acolhida, Luciene Tognetta iniciou sua fala trazendo uma reflexão sobre a ética e as relações interpessoais dentro do ambiente escolar, destacando a importância da convivência e do cuidado nas escolas. Em sua palestra, a professora explorou a necessidade urgente de criar espaços que promovam o respeito, a solidariedade e a dignidade, defendendo que a escola deve ser um local de “restauração” e não de punição, ao citar isso, Luciene elogiou a palavra Reparação, escolhida para dar nome ao Seminário.   

Ao abordar o tema da convivência escolar, Luciene trouxe uma reflexão sobre os desafios contemporâneos enfrentados pelas instituições de ensino. “A escola não deve ser um lugar de criminalização, mas de acolhimento e reparação”, afirmou. Ela questionou a maneira como os conflitos estão sendo resolvidos nas escolas, mencionando que muitos dos problemas de convivência, como o bullying, ocorrem de maneira invisível, longe dos olhos dos professores e autoridades.   

Luciene falou também sobre a importância de se trabalhar a convivência de forma institucionalizada, por meio de um currículo que não apenas ensine conteúdos acadêmicos, mas também, valores éticos essenciais. “A escola precisa formar as pessoas para a sociedade, ensinando-as a respeitar as regras e a se colocar no lugar do outro”, disse.  

Ao final, a professora ressaltou a importância da formação continuada dos educadores e do fortalecimento dos laços de apoio entre estudantes. “A transformação vem quando todos estão envolvidos na criação de uma cultura de acolhimento e respeito”, concluiu Luciene, sugerindo que as escolas devem adotar sistemas de apoio entre iguais, em que alunos possam ser trabalhados para apoiar uns aos outros e ajudar a criar um ambiente mais seguro. 

Após a fala de Luciene, o Professor de Educação Física e Tutor das turmas de 8º ano, Paolo Franciozi, fez a mediação, ao lado de Dadá, e, juntos, escolheram algumas reflexões trazidas pela comunidade no chat para serem lidas e repercutidas com a convidada. “Como uma escola humanista, temos o olhar constante para as relações éticas. No cuidado com o outro, buscamos promover um ambiente onde todos os alunos possam se sentir acolhidos e respeitados, com a escola sendo um verdadeiro espaço de formação, como destacou Luciene nesta noite”, finalizou a Coordenadora do Núcleo de Formação do Colégio João XXIII, Ianne Vieira. 

Pular para o conteúdo