A psicóloga Bianca Stock participou de um momento com a equipe de docentes do Núcleo da Infância na noite dessa quarta-feira (7). Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professora da Pós-Graduação em Educação Infantil da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), ela é autora de “A escola como ambiente facilitador do desenvolvimento socioemocional”, obra estudada nos ambientes de formação contínua que a Escola proporciona à equipe.
“Se eu presto atenção [no outro], eu sou convocada para uma relação de cuidado”
Bianca, que tem 43 anos, abordou questões relativas à construção de uma educação socioemocional e a uma ética do cuidado, baseada numa experiência de empatia. Ela diz que a relação de afeto se constrói com o prestar atenção no outro, em sair das relações no “modo automático”, sendo a esfera pedagógica fundamental nesse processo. “Se eu presto atenção [no outro], eu sou convocada para uma relação de cuidado”, afirma. As relações de cuidado, sem escuta, não se formam, sendo basilar para um currículo construtivo de uma educação de cuidado. Nesse sentido, a autora também frisa sobre o quanto deve ser evitada uma educação baseada na lógica de “punição e recompensa” se o objetivo é fundar uma relação baseada em vínculo e confiança.
A psicóloga comenta que os acordos em comum da sociedade, as regras e as leis existem em razão da ética do cuidado. Em uma dinâmica, convidou os presentes a realizarem reflexões sobre o cuidado de si, do outro e do mundo, sobre escolhas e responsabilidades. Enfatizou, ainda, ser fundamental o pacto e trabalho entre três atores – estudantes, famílias e Profissionais da Escola – para a construção de uma abordagem positiva.
A Orientadora Educacional de 1º a 3º Ano, Melissa Klein Abreu, uma das organizadoras do encontro, diz que educar é um processo que, necessariamente, envolve a esfera do cuidado. “O desenvolvimento socioemocional é uma intenção pedagógica constante e o eixo do cuidado é central. Afirmamos, sempre, que o cuidado nunca está dissociado do educar. É uma temática de estudo e reflexão que não esgota, pois precisará ser constantemente ‘alimentada’ com todos os integrantes da nossa comunidade. É quase que ‘chamar atenção’ do humano que somos. É através do olhar atento e sensível, da escuta ativa, da disponibilidade em acolher, das ações cotidianas, que buscamos, enquanto equipe, oportunizar relações mais amorosas e cuidadosas entre crianças, jovens, Profissionais e famílias. Agradecemos a parceria e generosidade da Bianca, que mais uma vez, se disponibiliza a estar conosco”, manifesta.
A ideia de disciplina positiva também foi trabalhada, pela palestrante, apresentando a perspectiva de que o desenvolvimento de habilidades sociais para relações respeitosas e responsáveis baseia-se num senso de aceitação – conexão – e de importância – atribuição de significado. Ela frisa, por fim, que a ética do cuidado compreende esta responsabilidade com a constituição de relações humanas não violentas.