A Diretora do Colégio João XXIII, Paula Poli, deu início ao Seminário Educação em Tempos de Reparação com uma fala marcada pela celebração dos 60 Anos da instituição. Em parceria com a Vice-Diretora, Cida Maria Aparecida Hilzendeger, Paula saudou os participantes e destacou a importância do evento como um espaço de formação continuada, promovido pela Fundação Educacional João XXIII.
Já a Coordenadora do Núcleo de Formação, Ianne Vieira, ressaltou a importância da construção de uma comunidade em prol de uma educação que abre espaço e tempo para pautas sensíveis. “Hoje é um dia para reafirmar o sonho de construir uma escola para todas as crianças e jovens em sua totalidade”, afirmou. Ela destacou o papel do Colégio João XXIII como uma instituição comunitária, enfatizando a colaboração entre educadores, estudantes e famílias diante dos desafios e das possibilidades da Educação.
“A Revista Lugarejo e o Seminário representam um marco simbólico para a comunidade escolar, marcando o retorno de um espaço de formação continuada com mais de 36 anos de história no estado”, comentou. O Seminário Educação em Tempos de Reparação é a primeira grande ação de retomada do Núcleo de Formação, reafirmando a proposta pedagógica do João: comunitária, filantrópica, antirracista e inclusiva”, declarou Ianne.
No encontro, que ocorreu de forma on-line, Carlos Skliar trouxe importantes reflexões sobre contemporaneidade, igualdade e recomeços. Para o palestrante, o desafio da educação atual é reconectar o presente com o passado, sem focar excessivamente no futuro. Ele afirmou que “o problema de hoje é a relação entre a educação e o tempo”, destacando que educadores precisam “dar tempo, e não tirar tempo”, permitindo que as crianças e jovens tenham espaço para experimentar e criar.
“Devemos criar uma condição de igualdade na Escola para que as singularidades possam florescer”, comentou Skliar, fazendo um convite para que se pense sobre a pedagogia da diferença.
A missão de educar
Encerrando o encontro, Skliar falou sobre um paradoxo da educação: inserir os estudantes no mundo, ao mesmo tempo em que os encoraja a pensar de forma independente e crítica. Para ele, a escola deve ser uma comunidade do pensamento, onde educadores possibilitam a interrupção, a descontinuidade, fazendo um contraponto ao jeito que temos vivido nos tempos atuais. “Educar não tem a ver com passar informações ou preparar para o mercado, mas com criar uma comunidade que faça outras coisas, que crie outros mundos”, concluiu.