O projeto de estação climática foi proposto pelos estudantes dos Anos Finais e selecionado para ser desenvolvido
O Colégio foi convidado, por meio do Núcleo de Formação, a participar do edital do programa “Residência em TIC 55 – Apoio à Recuperação do Rio Grande do Sul”, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em parceria com a Unisinos. A iniciativa tem como objetivo central formar profissionais altamente qualificados em programação avançada, contribuindo para o atendimento das demandas atuais do mercado e para o fortalecimento das ações de reconstrução no Estado.
Foram submetidos três projetos: uma estação climática escolar; desenvolvimento de tecnologia para reconhecimento facial para a portaria; e o terceiro projeto para o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento de ativos que não são imobilizados e patrimoniados. O escolhido foi “Monitoramento Comunitário do Clima: Medição da Velocidade do Vento como Ação Preventiva contra Desastres Naturais”. A proposta do projeto nasce em sintonia com as reflexões desenvolvidas na Conferência Ambiental realizada pelos estudantes dos Anos Finais em junho de 2025, momento em que um grupo se dedicou a pensar e propor a criação de um espaço de monitoramento climático na escola.
A proposta integra ciência, tecnologia e cidadania, oferecendo aos alunos a oportunidade de aprender fazendo, por meio da observação, experimentação e análise crítica dos fenômenos climáticos que nos afetam diretamente. Trata-se de uma experiência que conecta os saberes escolares às questões reais do mundo, fortalecendo o papel da escola como espaço de produção de conhecimento e de transformação comunitária. Em parceria com especialistas e instituições de ensino superior, o projeto sairá do papel e ocupará um dos espaços do Colégio, simbolizando o que entendemos por formação significativa: o estudante como protagonista, capaz de investigar, propor e construir soluções.
Para dar andamento na estação climática, no dia 31 de outubro, o Colégio recebeu a visita de alguns integrantes da equipe do programa Residência em Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) 55 Brisa-Unisinos, Sara Firmino de Oliveira (técnica em informática e desenvolvedora no projeto), João Vitor Valandro (formado em Sistemas de Informação e é desenvolvedor de software no projeto) e Jaqueline Prass (formada em Engenharia Elétrica e pós-graduada em Engenharia de Software, com experiência de mercado atuando em empresas multinacionais, é orientadora do projeto). Eles foram recebidos pelo Rodrigo Bairos (Coordenador de TI e Audiovisual), Ianne Ely Godoi Vieira (Coordenadora do Núcleo de Formação), Bibiana Ramos (laboratorista), professores Yuri Barbosa (responsável pelo projeto), Artur Valgas e Marcelo Guido e os estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino fundamental Juliana Nogueira, Lucas de Freitas, Sophie Campos, Gustavo Taminato, Valentina de Moraes, Leonardo Fonseca e Débora Lessa, que apresentaram o trabalho no Congresso Escolas pelo Clima, no dia 4 de dezembro, online.
Além dos quatro visitantes, o grupo também é composto pelo Pedro Ayres (estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e é desenvolvedor no projeto) e a Andressa Rodrigues (formada em Ciência da Computação e é desenvolvedora de software no projeto) e a Eliara Fraga (Coordenadora local Residência TIC 55 Brisa-Unisinos).
O primeiro contato ocorreu numa visita à Unisinos, no Campus de Porto Alegre, no dia 19 de setembro, na qual Rodrigo e o professor Yuri assistiram a apresentação do projeto e conheceram a equipe que irá trabalhar em parceria, assim como um dos sócios da Brisa, empresa parceira do programa. Eles já tinham um pré-projeto desenhado, onde os profissionais do João foram sinalizando o que era importante e o que funciona para o Colégio. Então, convidaram a equipe para conhecer as dependências do João XXIII, para terem a dimensão do tamanho e da quantidade de árvores, razão dos danos sofridos nos anos anteriores.
Esse encontro resultou numa parceria para esse movimento coletivo em prol da recuperação e desenvolvimento do nosso RS. Os integrantes da equipe que visitaram o João XXIII disseram que o encontro foi produtivo para alinhar as diretrizes e expectativas do projeto da estação meteorológica na escola. Eles consideram o local como adequado para a instalação, tendo a altitude da área e por estar frequentemente exposto a ventos intensos e tempestades. Essas características possibilitam o monitoramento e o registro de dados climáticos locais. Além de contribuir para o aprendizado prático dos alunos e para desenvolver uma solução de baixo custo e fácil replicação, que possa futuramente ser implementada em outras escolas, beneficiando a comunidade do entorno. A orientadora do projeto, Jaqueline, destaca que o apoio ao grupo nas decisões técnicas e metodológicas, ajudou a transformar o problema inicial em um projeto estruturado e executável.
“Meu envolvimento no projeto é atuar como professora orientadora dos residentes, acompanhando o desenvolvimento da estação meteorológica desde as primeiras ideias até a implementação no colégio. Ao longo do percurso, facilitei discussões, ofereci direcionamentos e incentivei a autonomia deles para que pudessem experimentar, aprender e evoluir o projeto com segurança e propósito.”
Uma das integrantes da equipe, Sara, relata que “é uma grande responsabilidade dar continuidade e poder construir algo que vai auxiliar não só o colégio, mas também a comunidade e futuramente outras escolas. Fico feliz por ver que colégios como o João XXIII existem, proporcionando um espaço diverso, seguro e de crescimento pra crianças e adolescentes.”
A coordenadora do Núcleo de Formação, Ianne Ely Godoi Vieira, destaca a importância do projeto para os jovens: “Mais do que um instrumento de medição meteorológica, a estação será um laboratório vivo de aprendizagem e consciência ambiental, permitindo que nossos jovens compreendam os impactos locais das mudanças climáticas e se tornem agentes multiplicadores dessa cultura de cuidado. Esperamos que essa iniciativa possa inspirar outras escolas e comunidades, ampliando uma rede de cooperação educativa e científica comprometida com o planeta.”
A experiência da estação meteorológica também oportunizará a formação docente e dos profissionais da Escola nos temas ambientais, potencializando o trabalho do Núcleo de Formação.
O Colégio João XXIII reafirma, com este projeto, seu compromisso com uma educação voltada à sustentabilidade, à inovação e à formação integral de seus estudantes. A parceria que possibilita o desenvolvimento da estação meteorológica escolar de baixo custo representa uma ação concreta diante dos desafios do nosso tempo — especialmente em um contexto de emergências climáticas cada vez mais evidentes, que exigem conhecimento, responsabilidade e engajamento social.
Saiba mais sobre o TIC 55 nos links abaixo:
https://residenciaemtic.unisinos.br
Por Renata Lages A. Eberhardt
Confira os registros da visita no João XXIII:
Participantes do TIC 55 Unisinos:
Crédito foto: Bianca Sonntag
