As obras do escritor estão presentes no cotidiano pedagógico do Colégio e também entre as leituras obrigatórias no vestibular da UFRGS 2026
No dia 13 de novembro, no Auditório do prédio 50 da PUCRS, nossa Escola acolheu o escritor indígena Kaká Werá Jecupé. O momento foi oportunizado pelo Colégio João XXIII através do Núcleo de Formação para a comunidade escolar (estudantes, famílias e profissionais), parceiros, entidades, universidades e profissionais de educação. O Seminário Educação para a arte do bem-viver foi o momento de propor uma reflexão sobre ancestralidade, natureza, cuidado e comunidade e contou com a venda dos livros do escritor e com duas sessões de autógrafos.
A abertura contou com as falas da diretora Paula Poli, da vice-diretora Fernanda Radajeski, do presidente da Fundação Educacional João XXIII, José Carlos Conceição e da Ianne Ely Godoi Vieira, coordenadora do Núcleo de Formação do Colégio João XXIII. A mediação da conversa foi realizada por Bruno Kaigang, o primeiro doutor e docente indígena da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Após as falas, Kaká Werá deu boas-vindas aos participantes e os convidou para cantarem e dançarem ao som da música que reverencia a terra, água, o fogo e o ar, a qual se originou do povo Aruak. A dança e a música envolveram todos os participantes em um convite para a imersão que estava por vir.
Durante o Seminário o escritor falou sobre a história dos povos indígenas, trouxe marcas que os constituíram e problematizou os vieses pelos quais conhecemos suas histórias, abordou conceitos dos seus livros em um convite para a compreensão de diferentes camadas diante de um mesmo tema, como por exemplo a arte do bem-viver, nos convidando a todo momento a uma nova forma de ver e sentir a Mãe Terra e pensar a relação entre o ser humano e a natureza. No final da formação Kaká e Bruno responderam algumas perguntas da plateia que problematizou conceitos sobre amor e questionou sobre as trajetórias de luta dos povos indígenas e propôs uma reflexão em relação às escolas indígenas. Ao compartilhar sua sabedoria ancestral, ele convidou a plateia a repensar a educação como um ato de conexão e de pertencimento com o outro, a comunidade e a própria Terra.
A coordenadora do Núcleo de Formação ressalta que o encontro foi profundamente simbólico para o Colégio, “O encontro com o Kaká nos aproxima e convoca para uma Educação pelo Cuidado, entendendo o compromisso ético de uma escola que reconhece a necessidade de estudo e aprofundamento sobre temas que problematizem e dialoguem com nossa vida em relação com a natureza. Sua contribuição para a Revista Lugarejo, na edição deste ano, reforça esse convite.”
As obras literárias do Kaká Werá – A Terra dos Mil Povos (leitura obrigatória do vestibular da UFRGS 2026), Uga e Tekoá: uma arte milenar indígena para o bem viver, inspiram nossos estudos anuais e duas delas são tema da edição da Revista Lugarejo 2025, “Educar para o cuidado: somos parte da terra e ela é parte de nós”.
Dando continuidade à formação, no dia 14 de novembro foi a vez dos estudantes do Ensino Médio (EM) participarem de uma conversa reflexiva com o escritor indígena, no auditório do Colégio. A conversa foi mediada pelos estudantes da 3ª série, que fizeram perguntas elaboradas pelas turmas do EM.
O encontro foi uma ponte entre a cultura indígena contemporânea e a formação crítica dos estudantes sobre temas ambientais (proposta temática do Colégio para o ano de 2025), educacionais e literários (vestibular da UFRGS). Kaká encerrou o momento com a dança e música do povo Aruak com os estudantes e educadores. Logo após o encerramento, os jovens participaram de uma sessão de autógrafos e de fotos.
Kaká Werá Jecupé
Descendente do povo Tapuia e acolhido pela comunidade Guarani, nascido em São Paulo, o escritor, educador e conferencista indígena ele é autor de 20 livros. Um deles “A Terra dos Mil Povos”, foi eleito pela USP como um dos 200 livros fundamentais para compreender o Brasil e está entre as leituras obrigatórias para o vestibular da UFRGS 2026.
Em 2022, Kaká foi vencedor do Prêmio Cátedra Unesco com a obra “Menino-Trovão”. Dois ano depois, ele recebeu o Prêmio Jabuti de Literatura Infantojuvenil com “Apytama, Florestas de Histórias”. Sua trajetória une saberes ancestrais e contemporâneos, inspirando reflexões envolvendo a arte do bem-viver, as questões ambientais e a educação.
Por Renata Lages A. Eberhardt
Registros dos eventos com Kaká Werá Jecupé:
Formação Kaká Werá na PUCRS dia 13 de novembro:
Credenciamento e Sessão de Autógrafos PUCRS dia 13 de novembro:
Visita do Kaká Werá ao Colégio João XXIII dia 14 de novembro:
Formação Kaká Werá no Colégio João XXIII dia 14 de novembro:























































































































