A recente inauguração da Afroteca, um espaço dedicado à promoção de leituras antirracistas e valorização da cultura afro-brasileira, marca um importante passo na construção de uma educação mais inclusiva e representativa no Colégio João XXIII. Localizada no coração da Escola, dentro da Biblioteca Zilah Totta, a Afroteca surge como um ambiente de resistência e aprendizado, trazendo em sua essência a necessidade de dar voz às histórias e perspectivas históricas frequentemente deixadas à margem no sistema educacional tradicional.
Inspirada nas reflexões da educadora e pesquisadora Azoilda Loretto Trindade, o espaço é mais do que uma biblioteca: é um convite à reflexão profunda sobre a territorialidade e os processos de identidade que moldam a realidade afro-brasileira. A partir de sua obra, a Afroteca busca expandir os horizontes da educação, oferecendo um acervo de livros, obras literárias e recursos pedagógicos que discutem temas como relações de poder, pertencimento e a construção de subjetividades afro-brasileiras.
A Afroteca como um refúgio de identidade e saberes
Ao abrir suas portas, a Afroteca oferece não apenas um acervo de livros e materiais pedagógicos, mas também uma oportunidade para que alunos, professores e a comunidade em geral possam se aprofundar nas questões de raça, identidade e pertencimento. A biblioteca propõe uma reflexão sobre o lugar da pessoa negra na sociedade brasileira, permitindo que as novas gerações se conectem com as raízes históricas e culturais que sempre fizeram parte de sua trajetória, mas que muitas vezes foram silenciadas.
Este projeto, que nasceu de um esforço coletivo e da busca constante por uma educação antirracista, coloca a escola na vanguarda de um movimento que visa transformar as mentalidades, rompendo com o silenciamento das narrativas negras e promovendo um futuro mais inclusivo e igualitário para todos. “Sejam todos muito bem-vindos ao nosso espaço de afroconhecimento, onde as ideias circulam em nossas mentes e reacendem a chama oral da ancestralidade em nossos corações”, diz o Bibliotecário Miguel Cury.