Estudantes foram recebidos com atividades interativas, acolhedoras para todos os níveis
O início do ano escolar marca o encontro e reencontro entre crianças, jovens, familiares e educadores. O Colégio João XXIII organizou esse momento a partir da perspectiva do cuidado e das relações, contemplando também a natureza. Cada encontro, nesse contexto, ofereceu oportunidades de aprendizado e fortalecimento de laços.
O último primeiro dia de aula do Terceirão foi marcado por abraços e sorrisos com uma recepção acolhedora por parte das equipes pedagógicas e administrativas. O resgate e a criação de vivências e memórias afetivas se evidenciam através das atividades lúdicas, saudáveis, sensoriais e simbólicas que o Colégio ofereceu para o grande (re) encontro.
O momento de acolhida teve uma programação especial que começou no Pátio Central, onde a diretora Paula Poli apresentou a nova vice-diretora, Fernanda Radajeski, e deu as boas-vindas aos jovens. Em seguida, o Coordenador Pedagógico do 9º ano ao Ensino Médio, Bruno Correia, apresentou os profissionais que estarão com os jovens ao longo do ano e convidou todos para um café da manhã no Pergolado. Para finalizar, o Terceirão se reuniu para a foto oficial, que marca o último ano deles no Colégio. Num segundo momento, os estudantes foram direcionados para a Quadra de Piche para se divertirem nos brinquedos infláveis molhados, onde também saborearam picolés.
Para a construção de um ano letivo baseado na educação do cuidado, da troca, de pisar suavemente no Colégio, na Terra e no Mundo e na leveza das relações humanas, as quais se articulam com os princípios da Escola, o Coordenador Pedagógico do 9º ano do Ensino Fundamental (EF) a 3ª série do Ensino Médio (EM), Bruno Correia, realizou uma reunião com o Terceirão para o planejamento das atividades do ano letivo de 2025. Ele destaca a importância desses momentos de interação, integração e a antecipação do início do ano letivo para o Terceirão:
“Quando a gente fala para nossos educadores pisarem suavemente na terra também é uma experiência que a gente deve viver com os estudantes. A ideia é de se conectar e conversar, para que a gente possa fortalecer nossos vínculos e realizar a retomada de toda trajetória escolar que o estudante viveu. Muitos estão aqui a mais de 14, 15 anos. É importante fazer o fechamento desse ciclo. O Terceirão é um ano de resgate e construção de memórias, mas também de projeção. Contar com o apoio de todos os professores e do pedagógico é fundamental para tornar o ano deles mais leve, divertido e acolhedor para que consigam encontrar o equilíbrio entre o lazer, estudos e cobranças.”
Em relação à acolhida da Educação Infantil (EI) e do cronograma de adaptação, a Coordenadora Pedagógica, Márcia Valiati, explica que:
“Na Educação Infantil propiciamos um ambiente no qual as crianças, de diferentes idades, possam conviver, brincar e aprender umas com as outras, construindo relações de companheirismo e de coajuda. Aqui os grupos não são seriados por idade. Através da abordagem multi-idade propiciamos convívios múltiplos e interações entre crianças de idades diversas como fonte de aprendizagem e desenvolvimento. Na Classe Bebê acolhemos crianças de 0 até 2 anos. No Maternal, de 2 a 4 anos e, nos Níveis, de 4 a 6 anos. Isso significa que as crianças permanecem até dois anos consecutivos com a mesma professora, gerando uma relação de confiança e de pertencimento. Para as crianças é importante a manutenção dessas referências afetivas e para os educadores, é um tempo ampliado para conhecer e apoiar cada uma em suas singularidades e potencialidades.
Para colaborar nesse processo, as crianças são organizadas em pequenos grupos, nos quais as professoras conseguem realizar uma escuta ativa e direcionada que resultará na percepção das necessidades individuais e numa integração mais potente entre elas, com os professores, auxiliares e estagiários, proporcionando a exploração do ambiente de forma segura e instigante. Inclusive, a arquitetura das salas foi projetada com a intencionalidade de promover o desenvolvimento das crianças e a qualidade das relações.
O processo de adaptação ajuda no desenvolvimento e fortalecimento de vínculos, os quais reforçam o valor de uma educação compartilhada entre família e Colégio. A acolhida das famílias da Educação Infantil é realizada para que todos se conheçam e possam compartilhar experiências, integrando concepções e valores em torno da educação de crianças pequenas. Para a Orientadora Educacional da Hildair Garcia Camera, tanto o Colégio quanto a família devem oferecer uma base segura para a confiabilidade humana.
“Os momentos de trocas entre educadores e famílias, em reuniões, entrevistas e encontros diários, oferecem aos professores a oportunidade de aprenderem mais sobre as crianças e a forma como são cuidadas por suas famílias, assim como oferecem aos familiares a compreensão sobre o trabalho pedagógico desenvolvido pelo Colégio, estabelecendo assim o compartilhamento de uma rede de apoio”.
O acolhimento das crianças do 1º ao 5º ano do EF, que integram o Núcleo da Infância, contou com um túnel de sensações e momentos lúdicos, como a contação de histórias. Além disso, foi pensada e desenvolvida uma estratégia para cada criança de inclusão, em conjunto com o Atendimento Especializado Educacional (AEE), para uma melhor adaptação com todo cuidado e afeto necessário. A Amanda Eccel Dornelles, Coordenadora do 1º ao 4º ano do EF fala sobre o planejamento no acolhimento dos estudantes:
“No decorrer dos dias, as crianças acabam por sinalizar suas necessidades, as que irão ser parâmetro para o planejamento e organização dos tempos e espaços, além de auxiliar na elaboração de estratégias para apoiar essas novas interações e experiências. As crianças desejam crescer, conhecer novas referências e fazer amigos. Todas são muito curiosas e potentes pesquisadoras”.
A Coordenadora Pedagógica do 5º ao 8º ano do EF, Ianne Ely Godoi Vieira, complementa a fala de Amanda, explicando que o 5º ano preparou uma manhã muito especial, com o acolhimento da Professora Tutora.
“A mudança do 4º para o 5º ano é permeada por uma rede de cuidado com os ritos de passagem, não é só uma mudança de turno, mas de uma nova possibilidade de criação de vínculos, interações e aprendizagens. Os novos componentes curriculares, iniciam de forma gradual. As duas primeiras semanas de aula com os Professores Tutores marcam esse percurso de construção. Está prevista também uma sequência didática, envolvendo diferentes componentes curriculares, com a temática: Retratos do Cotidiano. Será uma abordagem interdisciplinar, por meio da arte e de múltiplas linguagens, como um convite para pensar todas as mudanças que iniciam com a chegada no 5º ano.”
E, por falar em mudanças e novas possibilidades, o 6º ano também vive a alegria dos começos. Iniciando no Núcleo da Juventude, eles acolhem 16 estudantes novos. Outra mudança é a manutenção de quatro turmas de 6º ano no Colégio, que auxiliarão no novo percurso, com um olhar mais atento aos grupos e na adaptação à nova rotina. Contemplando os ritos de passagem.
Outra marca importante do primeiro dia de aula no Núcleo da Juventude é o acolhimento por um(a) professor(a) durante a manhã, junto aos(as) Tutores(as), com uma apresentação especial, de compartilhamento entre os grupos, aproveitando o Colégio e vivendo experiências que o (re) encontro possibilita.
Esse grande (re)encontro do dia 24 de fevereiro foi permeado pelo cuidado, acolhimento, alegria, sorrisos escancarados e abraços apertados. Para marcar esse dia especial, o Terceirão fez a sua chegada tradicional, com muita música, tinta e spray de espuma. Eles foram recebidos com empolgação pelos profissionais do Colégio e pela comunidade escolar. Após a grande festa na chegada, os jovens foram direcionados para um café da manhã no refeitório, seguido por mais registros fotográficos das turmas no Pátio Central. Novas memórias afetivas foram criadas e algumas resgatadas.
Para que tudo isso fosse possível, todos os profissionais participaram de momentos de formação, onde puderam desenvolver habilidades, trocar experiências, se reconhecer e reconhecer o outro. As formações iniciaram com o Seminário de Acolhimento dos Profissionais do Colégio “Educar para o cuidado. Somos parte da TERRA e ela é parte de nós” e finalizaram com dinâmicas e atividades aplicadas ao longo dos dias que antecederam a volta às aulas. Essas vivências geraram reflexões e debates sobre uma temática que se desdobrará e aprofundará ao longo do ano: “Educar para o cuidado – a docência na construção de experiências éticas para crianças e jovens”.
Por Renata Lages A. Eberhardt


































































