… ex-estudante Leonardo Moll
Atualmente o ex-estudante Leonardo Moll aparece nas telas da Band como repórter. Se você gosta e acompanha o esporte, com certeza já deve ter visto ele. Apesar de não se rotular como repórter esportivo, sua presença é constante na beira do campo nos jogos de futebol. Sua entrada como estagiário na área de jornalismo da Band aconteceu em julho de 2023 e em janeiro de 2024 ele passou para a área esportiva, onde está até hoje.
“O cargo de uma reportagem tem um peso enorme. E eu sempre me colocava à disposição para tapar os “buracos”, seja por vaga aberta ou por folga de colegas. Estava sempre disponível e era muito observador e perfeccionista. Eu regravava os boletins de notícias quantas vezes fossem necessárias até ficar do jeito que tinha que ser. Me desenvolvi e cheguei aonde estou hoje como repórter, e me formo no final do ano em jornalismo na PUCRS.”
Antes de ser estagiário, no segundo semestre de 2022, ele auxiliou a professora Andreia, aqui no Colégio, na disciplina “Jornalismo Esportivo – Falando em Público”, com o objetivo de aproximar os estudantes da faculdade. Ele trazia exemplos e atividades práticas referentes ao curso de jornalismo. Nessa época ele trabalhava como Microempreendedor Individual (MEI) *.
“Decidi cursar jornalismo depois de assistir um programa de esportes e o jornalista fazer uma entrada de Porto Alegre. Ali eu percebi que não precisava sair de Porto Alegre para trabalhar conseguir trabalhar na área. Até porque eu já tinha minhas raízes bem fincadas aqui. Inclusive meus pais voltaram para Brasília e eu não fui porque já tinha me mudado e trocado de colégio várias vezes e eu não querida mais uma mudança. Meu lugar é aqui.”
Numa dessas mudanças, após 9 anos morando em Brasília por conta da profissão dos seus pais, em 2014 voltaram para Porto Alegre, quando o Leonardo tinha em torno de 12 anos. Como ele estudava num Colégio Marista em Brasília, o caminho natural seria o mesmo aqui. Mas não foi o que aconteceu e ele e o irmão mais novo vieram estudar no João XXIII.
“Eu tinha um amigo que estudava aqui e em 2017 saiu do Colégio e foi morar em Florianópolis. A mãe dele era amiga da minha mãe Jaqueline. E ela indicou o João pra minha mãe e ela por ser pedagoga, professora e referência na área da educação, logo se apaixonou pelo Colégio e decidiu que eu estudaria aqui.”
Ele entrou na turma 7E, mas queria estudar na 7C por causa do amigo, mas a turma estava lotada. Com dificuldades para socializar, ele relata que no primeiro dia de aula se sentiu sozinho e perdido, porque era muito tímido e não queria ter saído de Brasília.
“Minha dificuldade de socializar foi tão grande que eu nem lembro das minhas amigas em 2014, Catarina e a Amanda. Só fui lembrar delas anos mais tarde. No ano seguinte eu já tinha mais amigos que foram comigo até o final no Terceirão”, recorda Leonardo.
Até hoje ele mantém contato e a relação com alguns deles: a Catarina, o Chiquinho, a irmã dele a Isa, a Laura, a Valentina, a Amanda, o Bochecha, Vicenzo, Johnson, Catatau, João Gabriel (que trabalha com ele na Band), Abarno e o Flávio. Eles faziam tudo juntos. Inclusive no intervalo eles se reuniam embaixo do toldo, hoje pergolado em frente à cantina, para conversar com os estudantes dos outros anos.
“Toda vez que venho no Colégio e passo por ali, bate uma nostalgia daqueles momentos de descontração e interação entre as turmas. Outra coisa que fazíamos todos os dias era a nossa caminhada até a entrada do Colégio onde batíamos no portão e voltávamos para o toldo ou íamos jogar bola no Campão.”
O Leonardo conta que era um aluno que atrapalhava a aula, brincava e conversava demais. Ele e os amigos viviam atormentando e brigando com as gurias, menos com a Catarina que era amiga dele.
“A gente vivia brigando, mas no fundo a gente se amava. O ano de 2019, do Terceirão, foi o melhor ano da minha vida. Deu praticamente tudo certo nesse ano e nós selamos um acordo de paz com as gurias e a turma.”
O Colégio tem uma grande participação nesse acordo de paz. De acordo com ele, o foco na criação do ser humano e o respeito pelo outro estão muito presentes. E, a Tina é um belo exemplo de profissional e ser humano. Nosso ex-estudante recorda com carinho dos momentos em que precisou dela.
“Desde o 8º ano, quando eu tinha 13 anos, eu ia na sala dela para falar sobre os problemas de todo adolescente. Ela sempre se colocava à disposição para conversar e tenta entender o que estava acontecendo. A Tina é o melhor exemplo para mostrar o quanto o Colégio se preocupa com o desenvolvimento pessoal do estudante e isso foi fundamental para mim.”
E não foi só a Tina que deixou boas recordações. Os professores Rogerinho, que fez ele se apaixonar por história, o Matheus de inglês, os professores de educação física e a Paula Poli de química, atual Diretora do Colégio.
“Ela era minha professora de química e eu odiava e tinha muita dificuldade na matéria, tanto que sempre pegava recuperação. Lembro de chegar na aula dela e falar: Paula, hoje não é dia de química, vamos falar de como foi teu final de semana. E a gente ficava conversando pelo menos uns 15 minutos e depois a aula seguia. Era tão bom esse momento entre nós e ela. Vários professores contribuíram para minha formação. Um ser humano com senso de justiça e com uma liderança que impacta minha vida pessoal e profissional. Se eu tivesse estudado em outro colégio, talvez até tivesse algumas dessas características, mas não tão aprofundadas assim.”
Além dos professores que marcaram sua trajetória escolar, alguns momentos também se destacaram na memória afetiva. Entre eles a Gincana, o Interséries e a Festa Junina. A Gincana porque a turma dele era muito engajada e ganhou por três anos consecutivos. O Interséries por ter, entre as atividades esportivas, o futebol que é seu esporte preferido e ter ganho na 1ª e 2ª série do EM. Inclusive, ele deu uma ideia de melhoria para o campeonato, a qual foi acolhida e respaldada pela coordenação e mantida até hoje.
“Minha turma era muito engajada em todos os eventos do Colégio, seja o último primeiro dia de aula ou o último último dia de aula, Festa Junina, Gincana, Interséries, Festa das Tintas e todos os outros, a gente sempre queria potencializar e fortalecer as relações com as coordenações e educadores. A gente se dava bem com todo mundo e todo mundo nos amava.”
Foram dias intensos e bem vividos por ele no Terceirão, mesmo sem participar de alguns dias temáticos. Essa ausência era necessária para ele, porque tinha como hábito estudar nas vésperas das provas. Ele argumenta que era um jeito peculiar de estudar, que envolvia toda a madrugada. Forma que encontrou de memorizar e apreender o conteúdo.
“Como tinha dificuldade com o aprendizado e deixava para estudar na véspera, eu pensava que se não estudei, não devo ir ao dia temático. Eu sabia que toda ação teria uma consequência e eu não recomendo fazer o que eu fazia.”
Essa percepção e maturidade em relação aos estudos veio com o tempo. Ele recorda que desde os 7 anos o futebol sempre foi presente e isso fez com que pensasse em cursar educação física, mas não queria ser professor. Então, o jornalismo se tornou uma possibilidade, mesmo não gostando de ler e escrever, inclusive ele fugia das aulas de redação da professora Aline na 1ª série do EM.
“No Terceirão, mais amadurecido, comecei a gostar de ler e escrever. Aos poucos fui aprimorando a escrita e tive que correr atrás do prejuízo na faculdade de jornalismo na PUCRS. Hoje eu amo escrever.”
O futuro jornalista entrou na universidade em 2020, com o primeiro vestibular que fez. A formatura está prevista para o final desse ano. Foram mais de 4 anos de graduação, porque os dois primeiros anos as aulas ocorreram no formato online por causa da pandemia da COVID-19, o que prejudicou o aprendizado prático. Por isso, ele quis diversificar a experiência com estágios em diferentes segmentos, ampliando o tempo de curso. O primeiro estágio foi na Rádio Grenal, como redator, o que aprimorou a escrita dele. Depois fez alguns trabalhos como profissional autônomo e por último, foi estagiário na Band, onde trabalha atualmente.
O Leonardo afirma que o Colégio potencializa a criatividade dos estudantes e oportuniza momentos durante a jornada escolar para que todos possam se desenvolver da melhor forma.
“Quando a gente fala do João XXIII, a gente fala de um Colégio diferente do padrão de educação em Porto Alegre e no Brasil. O Colégio te dá todas as ferramentas para ti passar onde quiser. Mas tu precisas ter a responsabilidade de ir atrás delas e fazer as melhores escolhas. Não é só sobre passar no vestibular, é ir adiante, ser curioso e criativo. Ser uma pessoa com muitas habilidades para pensar e corajosa para decidir.”
A vida está atrelada à curiosidade e criatividade de cada um. Aproveitar as oportunidades, criar vínculos, respeitar seus limites e dos outros e buscar conhecimento, tornam a jornada mais produtiva. Ter boas relações fazem a diferença. Como diz o Leonardo, os estudantes têm que aproveitar o Colégio, os professores e os colegas, porque o tempo vai passar e serão esses momentos que ficarão guardados.
E a Festa Junina é um exemplo do trabalho que o colégio faz para manter o vínculo com os estudantes e manter viva a memória afetiva de cada um que passou pelo João.
“A relação que o João tem com os ex-estudantes, nenhum outro colégio tem. Entrar aqui e abraçar cada um dos profissionais daquela época e ouvir eles te dizerem o quanto tu fazes falta nesse colégio é demais! Independentemente do ano que tu tenhas te formado, sempre vai dar uma passada na festa junina com teus amigos e ex-colegas. E é sempre bom reencontrar os professores e reconhecer esse trabalho feito pelo colégio para manter os vínculos. E cada vez que entro no João é um frio na barriga.”
* MEI é uma categoria empresarial que formaliza pequenos negócios e profissionais autônomos, oferecendo um regime de impostos simplificado e direitos previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.
Por Renata Lages A. Eberhardt


















