… a ex-estudante Manoela da Silva Pires
Atualmente, a ex-estudante Manoela cursa o sétimo semestre do curso de Letras – Licenciatura na UFRGS e para complementar o curso faz observação nas aulas de português aqui no Colégio João XXIII, para a disciplina “Programas para o Ensino da Língua Portuguesa” do curso de extensão da universidade.
“Eu tenho o João como referência para tudo que vou fazer. Nesse momento estou realizando um trabalho de observação e cada vez que eu chego aqui no Colégio, um pedacinho da minha memória é ativado e no meu coração também. Passados 10 anos eu ainda carrego um carinho muito especial pelo João. É impossível entrar aqui e não ficar emocionada”, declara Manoela.
O interesse pela educação surgiu quando a Manoela entrou no 6º ano do ensino fundamental (EF) em 2015, como bolsista no João. Ela não imaginava que a jornada escolar fosse tão rica e bonita.
Nossa ex-estudante lembra que desde pequena ela queria ser professora e que se questionava se era mesmo esse caminho que gostaria de seguir, porque é uma profissão muito desvalorizada no Brasil e as escolas muitas vezes não tem uma infraestrutura adequada, em outras chega a ser precária. E, foi durante o Terceirão que ela realmente teve certeza da sua escolha:
“Cheguei a pensar em jornalismo, psicologia. Mas ser professora estava no meu coração. Então, eu fiz o ENEM e tentei a vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU), para Letras em primeira opção e em segunda opção pedagogia. Acabei passando para Letras na UFRGS. Estou quase me formando, estou no 7º semestre e tenho planos de estagiar e dar aula no João. Porque assim como o Colégio ajudou na minha formação como indivíduo e a crescer como cidadã, agora eu quero retribuir e ajudar a formar cidadãos também como professora aqui no João”.
Inspiração e influência são palavras que refletem o sentimento dela em relação à trajetória escolar nesses sete anos vividos no João XXIII. Manoela destaca que cada professor deixou sua marca, assim como a professora Raquel, de português, a quem olhava admirada em sala de aula e considerava muito inteligente, pensando em ser um dia igual a ela.
“Ficava me perguntando, como que ela sabia tantas coisas? Durante a graduação de licenciatura eu me dei conta de que o professor vive aprendendo, que ele não sabe de tudo. E eu pensava em como seria se o professor não soubesse responder “na lata”? Então, a gente aprende que está tudo bem se não souber responder na hora, está tudo certo. É só ir atrás, pesquisar, estudar e responder em outro momento”.
Mais tranquila sobre seus questionamentos, ela lembra com carinho dos professores que passaram por ela, entre eles a Manoela de história, o Artur e o Roger de geografia, o Rogerinho e a Aline. Além deles, ela destaca a importância dos profissionais que acompanham e cuidam de todos no Colégio, como a Lu e o Jorge, sempre acolhedores e afetuosos. Que recebem todos com um sorriso e um “Bom dia” e “Boa tarde”. E a ausência desse carinho e receptividade durante a pandemia foi impactante. A Manoela cursava o ensino médio e sonhava em chegar no Terceirão para ter os dias temáticos, prejudicados por conta do isolamento na pandemia da COVID-19. Ela ressalta que, apesar da falta de contato diário com todos, o Colégio foi referência no ensino pandêmico pela estrutura, auxílio e cuidado com os estudantes, mesmo que virtualmente.
“No final do Terceirão, quando os estabelecimentos foram abrindo, as escolas foram voltando ao presencial, aqui no João nós tivemos alguns dias temáticos e a nossa tão esperada formatura, que as turmas do ano anterior não tiveram. Esses momentos não foram como imaginávamos, mas foi o que o Colégio conseguiu organizar dentro das possibilidades e com os cuidados que precisávamos ter, pelo que estávamos vivendo”, lembra a estudante.
Esse acolhimento e o cuidado com o outro mostram em cada detalhe a essência do Colégio João XXIII e faz dele um lugar onde as relações entre estudantes, professores e profissionais se solidificam e as amizades florescem. O aprendizado se torna mais leve e as escolhas ficam mais fáceis. Para a Manoela, ter o suporte dos amigos, da família e do Colégio foi fundamental para que ela pudesse ter autonomia e segurança para seguir o caminho que tanto desejava:
“Aproveitem o tempo no Colégio, porque passa muito rápido. O que a gente leva daqui são as pessoas com as quais a gente conviveu e tantas coisas boas que vivemos aqui. Durante o tempo que estudei no João, muitas pessoas passaram pela minha vida e o meu grupo de amigos segue o mesmo até hoje. Construí relações de amizade que levarei pra sempre comigo. Levem os professores também, não só fisicamente, mas no coração. E que vida seja boa com vocês assim como foi comigo e com as pessoas que eu levei para fora do Colégio”.
Por Renata Lages A. Eberhardt











