Por onde anda… 

… a ex-estudante Mariana Falkenbach 

Atualmente a nossa ex-estudante Mariana Falkenbach cursa relações internacionais na PUCRS e está fazendo a mobilidade acadêmica no sul da França, numa cidade chamada Aix-en-Provence, ao lado de Marselha. 

O interesse dela pela França surgiu durante o curso de língua francesa, quando percebeu que fazer mobilidade ajudaria a aprimorar os conhecimentos em francês e abriria portas na vida acadêmica e profissional. 

Na graduação, Mariana soube da parceria entre a PUCRS e a SciencesPo (Institut d’Études Politiques de Paris), renomada universidade francesa especializada em ciências sociais, com foco em políticas públicas, relações internacionais, economia e direito. Essa universidade é conhecida por formar futuros líderes nos setores público e privado, tanto na França como no exterior. Ela destaca que o presidente da França, Emmanuel Macron, foi um dos líderes formados pela SciencesPo. Por isso, ela considerou que seria um diferencial estudar num lugar que tem tamanho prestígio. Mariana lembra com carinho a longa jornada escolar para chegar até aqui. Foram anos estudando no João antes de fazer vestibular. 

“Estudar no João representa acolhimento, carinho e diversidade não só em questão de identidade, mas de ensino também. Foi muito interessante no final do ensino fundamental, quando a gente tinha aula até mais tarde, estudar sustentabilidade e educação financeira. O João já tinha isso antes da reforma do ensino médio, do novo modelo. A gente tinha contato com matérias diferenciadas e que foram muito importantes para meu crescimento e aprendizado como uma adolescente”. 

Ela destaca ainda que o Colégio sempre respeitou todos em suas individualidades, em proporcionar boas vivências, incentivar a leitura, introduzir à política com aulas e debates sobre o tema, aulas práticas de ciências no laboratório ao ar livre e no minizoo.  

“Dá um quentinho no coração de saber que lá no João eu pude ser eu mesma e me expressar da maneira que eu achasse melhor e no lugar que eu me sentia segura e sem ser julgada, o que é muito difícil quando tu és adolescente. O Colégio moldou minha personalidade e quem sou hoje”.  

A trajetória da nossa ex-estudante desde o ensino médio no João até o ingresso na graduação, passou por diversas fases. Ela nos conta que o período de vestibular foi bem conturbado, porque em 2021 ainda tínhamos a COVID-19 e as aulas eram online. Nesse período o Colégio foi essencial na preparação dos jovens para o vestibular.  

“O Colégio realizou diversos simulados para nos ajudar nesse momento e os professores faziam a gente participar mais ativamente nas aulas, que eram interativas e dinâmicas, despertando nosso interesse pelos estudos, apesar da frustração pelo isolamento imposto pela pandemia”

Mariana recorda que era muito participativa nas aulas de inglês do professor Matheus e que isso contribuiu para que tirasse uma nota alta no vestibular da UFRGS, errando apenas uma questão na prova. Assim como as aulas teóricas de educação física contribuíram para resolver algumas questões do ENEM. 

“De alguma forma, os professores do Colégio nos deram uma base sólida para fazer o vestibular, apesar das aulas serem totalmente online por causa da pandemia”. 

Ela destaca que sempre teve um apoio pedagógico do Colégio, com aplicação de testes vocacionais, simulados e conversas com a psicóloga. Depois de se formar no final de 2021, ela, Francisco (nosso ex-estudante entrevistado do mês de junho) e uma amiga deles, planejaram um mochilão pela Europa. Logo após o retorno, ela iniciou química medicinal na UFCSPA, mas não se identificou com o curso e resolveu mudar de área. 

“Eu não me encontrei nesse curso e é importante falar isso, porque as vezes o pessoal acha que trocar de curso é o fim do mundo e eu também achava que era. Então, tranquei o curso na federal para não perder mais um ano estudando para o vestibular de novo. Hoje eu vejo que as coisas sempre acontecem por algum motivo”

Da área da saúde ela migrou para relações internacionais. Por ser um curso novo e com menor duração, considerou que ele poderia trazer maiores possibilidades de desenvolvimento. Hoje ela percebe que foi uma decisão acertada. Desde que ingressou no novo curso, ganhou uma bolsa de iniciação científica pela CNPq, em que pesquisou sobre “Os migrantes internacionais e o voto extraterritorial: a participação política dos brasileiros na França nas eleições brasileiras de 2022”. Além disso criou um projeto que se chama Calêndulas, com o objetivo de trazer um pouco mais de atualidade para o curso, abordando temas em evidência, com convidados renomados na área abordada. Além disso, ela foi monitora de uma disciplina sobre Teorias Políticas Contemporâneas, participou de simulados da ONU e ajudou a organizar a simulação que estava nascendo na PUCRS, a SimulaRI, no qual foi assessora de um dos comitês. 

“Nos simulados da ONU os estudantes do ensino médio podem participar e isso é uma dica interessante para os que ainda estão no João. Vão atrás de coisas fora do Colégio, porque as vezes tu nem sabe o que existe e o que tu podes fazer e participar nas universidades. Não deixem de participar dos clubes do João e das atividades extracurriculares. E, quando estiverem no primeiro ano da faculdade se engajem em projetos e não se fechem para nada”. 

Nossa ex-estudante também destaca que o envolvimento com projetos e outras oportunidades é importante. Durante a enchente ela fundou e montou um abrigo para cães chamado Resgatados Dumont, que ainda hoje é atuante no resgate e encaminhamento para adoção. No entanto, ela salienta que é muito importante respeitar seus limites e não se sobrecarregar. Porque muitas portas irão se abrir.  

“Participem de exposições, de debates e se interessem pelo que os seus professores têm a oferecer. Conheçam pessoas, façam contatos, sejam educados, gentis e queridos. O networking é muito importante para nossa vida acadêmica e profissional”. 

Ao finalizar a entrevista, Mariana lembrou que um bom perfil no LinkedIn faz toda a diferença. 

“Postar tudo que tu fizeste e fazes na área acadêmica desperta o interesse de professores e empresas, contribuindo para futuras conexões. É interessante mostrar que tu és um estudante engajado, interessado, que participa de projetos, palestras e que é bem relacionado”. 

Por Renata Lages A. Eberhardt