No último sábado, os professores e um grupo de profissionais da Escola se reuniram para atualizar o Projeto Político Pedagógico, que data de 2012. O PPP é um referencial que expressa a identidade pedagógica da Escola, marco referencial que traduz o projeto de homem e de sociedade que desejamos ajudar a construir. Para inspirar, refletir e alegrar, o dia começou com a apresentação do Centro Municipal de Educação dos Trabalhadores Paulo Freire (CMET), regidos pelo musicista Nilson Araújo, professor da rede municipal de ensino, e a cantora Andy Luz.
A Diretora Márcia Valiati falou sobre a caminhada no segundo semestre dentro do João e no país: “(…) Que ao caminharmos rumo a esse horizonte de possibilidades que se abre diante da gente, na construção de um Projeto Político Pedagógico de Escola, projeto de Direção Pedagógica e projeto de nação, nunca percamos de vista o sonho, a utopia, a esperança e a coragem cotidiana para inventar futuros possíveis mais humanizados para todos”.
A Equipe do Conselho Técnico, Administrativo e Pedagógico (CTAP) convidou todos para participarem de uma caminhada ao som do “Samba Utopia”, na companhia do CMET e na voz de Andy Luz. As passadas cessavam a cada “estação”, onde uma dupla de integrantes do CTAP fazia uma intervenção artística a partir de uma palavra. A primeira delas foi “Diversidade”, e as Orientadoras Pedagógicas Melissa Klein, do 1º e 2º ano, e Taís Mariani, do 3º ao 5º ano, proclamaram: “Todo mundo tem que ser especial. Em oportunidades, em direitos, coisa e tal. Seja branco, preto, verde, azul ou lilás. E daí, que diferença faz?”, entoando a letra de Lenine.
As Coordenadoras Pedagógicas Clara Coelho, da Educação Infantil, e Mariana Brito, do Ensino Médio, leram “O Direito ao Delírio”, de Eduardo Galeano, e questionaram: “Que tal se começarmos a exercer o direito de sonhar? Que tal se delirarmos um pouquinho? Que tal se fixarmos nossos olhos mais além da infâmia para imaginar outro mundo possível?”. Eram as vozes da estação “Sonho”, sonhando alto.
Para um movimento que transforma a educação na prática da liberdade, a Coordenadora Pedagógica do 1º ao 5º ano, Amanda Eccel, e a Orientadora Pedagógica do 9º ano ao Ensino Médio, Letícia Gonçalves, recitaram Bel Hooks: “(…) Abram a cabeça e o coração para conhecer o que está além das fronteiras do aceitável, para pensar e repensar, para criar novas visões, celebro um ensino que transmita as transgressões – um movimento contra fronteiras e para além delas.” Foi assim que a estação “Liberdade” soltou suas asas.
Quem deu voz à estação “Democracia” foi a Diretora, Márcia, e a Vice-Diretora, Rosane Rodriguez, que propuseram: “(…) Um acordo sério nesses tempos de eleição. Selecionemos com sabedoria projetos de escola e de nação”. Rosane ainda declamou que em tempos de compromisso com verdadeiras mudanças, devemos sustentar o processo coletivo de sonhos, coragem e esperança”.
Na estação “Amorosidade”, a Coordenadora Administrativo-Pedagógica, Fernanda Radajeski, perguntou: “A amorosidade não é amor?”, ao que a Orientadora Educacional da Educação Infantil, Hildair Camera, respondeu: “A amorosidade é um ato de quem é capaz de amar, mas para isso é necessário viver o amor em si, mas não é fácil. Há mais de um tipo de amor. Só seremos completos quando visitarmos todos”.
Para marcar a estação “Educação”, a Coordenadora do 6º ao 9ª ano, Ianne Godoi, e a Orientadora Pedagógica do 6º ao 8º ano, Fabiana Catalani, abriram os casacos para estufarem o peito ao mostrar as camisetas com a foto de Paulo Freire e sua famosa frase “Não se pode falar em educação sem falar em amor”.
E assim, entre o tambor, o ganzá e a poesia, em meio à alegria e inspirados pela utopia, que o PPP teve seu encaminhamento. Em três Grupos de Trabalhos, os profissionais e professores discutiram as temáticas: Avaliação, Concepção da Infância e Juventude, Concepção de Educador e Aluno e Currículo e Inclusão. Os GTs seguirão se reunindo periodicamente até o final do ano. Os estudos do PPP continuarão até 2023.