Quatro fundadores ousam sonhar

Da esquerda para a direita: Lilia Rodriques, Zilah Totta, Leda Falcão e Frederico Lamachia.

Para fundar a Escola, os quatro educadores aproveitaram uma pequena brecha aberta pelo Ministério da Educação, que estimulava a criação de classes experimentais, alardeando que o Brasil teria, enfim, uma população educada.

Era uma estratégia audaciosa, pois a proposta pedagógica do João XXIII andava na contramão da educação preconizada pelos generais. Enquanto a nova ordem educava para formar mão de obra para o País e sufocar a consciência crítica, o quarteto trabalhava guiado por Jean Piaget, Paulo Freire e Carl Rogers.

Concilio Vaticano III – encíclica “Mater et Magister” – teve forte influência na construção da proposta, a ponto de o Colégio recém nascido ser batizado com o nome do seu autor, o Papa João XXIII, chamado “o renovador”. Falecido um ano antes, ele era considerado o papa da paz e pregava o espírito ecumênico do cristianismo. A despeito da homenagem, o João sempre foi um, colégio laico, que reconhece e acolhe a pluralidade de crenças e escolhas religiosas.