A turma 1H, da Professora Ana Cláudia Scalzilli e da auxiliar, Laura Pereira, está com um projeto em andamento sobre o grafite. Na semana passada, as crianças receberam o artista Leo Caobelli, pai da Joana, para falar sobre a linguagem da pichação. E sabem quais considerações foram feitas pelas crianças depois da conversa? Elaboramos alguns apontamentos nos tópicos abaixo.
– Descobrimos que pichação só existe no Brasil, no resto do mundo pichação também é considerada grafite, na mesma categoria de arte.
– Descobrimos que, na literatura formal, escreve-se “piCHação”, mas na linguagem dos pichadores, se escreve “piXação” (justamente para transgredir). Eles chamam de “picho” o que escrevem pela cidade.
– Descobrimos que a pichação envolve uma cultura maior do que simplesmente “fazer letras”. É uma forma da periferia ser vista no centro da cidade, já que são marginalizados. Em geral, as pessoas dizem “pichação suja a cidade”, mas não olham para a “sujeira” da população marginalizada (que muitas vezes nem água encanada tem).
– As crianças fizeram a relação dos pichadores com situações do dia a dia. Disseram, por exemplo: “Ah! O pichador é tipo o irmão mais novo, quando tu diz ‘não mexe no meu brinquedo’ e ele vai lá e mexe para implicar”.
– Descobriram que, inicialmente, os pichadores marcavam o seu nome. Com o tempo, passaram a marcar o nome de um grupo, pois assim ganhavam mais força.
– Descobriram que os pichadores se trocavam “papéis” com os “pichos” (assinaturas/como se fosse autógrafo), como forma de afeto e para que um reconhecesse o outro (era o “like” da época, já que não tinha Instagram/Tiktok).
– As crianças puderam inventar seus próprios símbolos, escrever no papel e riscar nos vidros da sala.
– Descobriram que o início da pichação tem a ver com o movimento punk, que usava letras retas, não tão rebuscadas (para as capas dos discos na época).