Exatamente no dia em que seria decretado o Golpe Militar – 31 de março – o João foi concebido, nascendo cinco meses depois, em 23 de agosto. Fundado pelo grupo de educadores encabeçado por Zilah Totta – defensora da educação libertadora e demitida do cargo de secretária de Educação porque afirmava não tolerar interferências retrógadas de superiores – a Escola, desde o seu primeiro dia de vida, transgrediu a matriz educacional imposta pelos generais.

A primeira casa do João foi na Av. João Pessoa
Ao lado de Zilah estavam Frederico Lamachia Filho – colega de Zilah na Secretaria, que demitiu-se em solidariedade à amiga; Lilia Rodrigues – na época diretora do Pio XII; e Leda de Freitas Falcão – professora de música, assessora de Lilia e compositora da canção do João XXIII.

Sede Av. Lima e Silva
O Colégio se tornou realidade mesmo em tempos sombrios, de ditadura e da Reforma do Ensino, no antigo casarão da família Lamachia situado na avenida João Pessoa. Para fundar a Escola, os quatro educadores aproveitaram uma brecha aberta pelo Ministério da Educação, que estimulava a criação de classes experimentais.
Era uma proposta audaciosa, guiada por Jean Piaget, Paulo Freire, Carl Rogers e Hilda Taba, esta última defensora das relações democráticas dentro das instituições e de um currículo educacional capaz de ensinar os alunos a pensar em vez de inocular conceitos, dados e fatos.
“Aprender a desenvolver a consciência crítica e a liberdade é assumir o desenvolvimento das humanidades próprias”
Paulo Freire
Assim, os conteúdos pedagógicos do Colégio não têm um fim em si mesmos, mas são vistos como um meio para desenvolver formas próprias de pensar e sentir, ser e conviver, constituindo-se em um instrumento para a compreensão da realidade.
Conheça nossa proposta pedagógica >

Terreno da Sepé Tiaraju, em 1971, onde atualmente a Escola se localiza
O Concílio Vaticano II – encíclica “Mater et Magister” – teve forte influência na construção da proposta, a ponto de a Escola recém nascida ser batizada com o nome de seu autor, o Papa João XXIII.
A despeito da homenagem, o João sempre foi laico, reconhecendo e acolhendo a pluralidade das crenças e escolhas religiosas.