Conselho Deliberante aborda Dia do Orgulho LGBTQIA+ e apresenta os caminhos do processo pedagógico da Escola em 2022

Na terça-feira, 28 de junho, o Conselho Deliberante (CD) da Fundação Educacional João XXIII realizou reunião, de forma on-line, em assembleia ordinária com a participação de 62 pessoas, entre conselheiros, representantes do corpo pedagógico, estudantes e profissionais do Colégio. Quem abriu a reunião foi o profissional da Secretaria da Fundação, Eduardo Rius, que apresentou um material sobre o Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado na data. “Falar de orgulho é reivindicar constantemente a sua própria existência”, comentou. 

Rius apresentou um histórico de luta e reivindicações da comunidade e também elencou as primeiras e últimas conquistas, citando 1988, com a mudança do termo “opção sexual” por “orientação sexual”, e mais recentemente, em 2020, o fim da proibição de doação de sangue por pessoas LGBTQIA+. Após a explanação, todos os membros do CD elogiaram o posicionamento de Rius e da Escola em abordar o assunto. 

A conselheira Adriana Neumann (2A), que preside as reuniões, passou a palavra para a Diretoria Pedagógica. “É um compromisso de uma Escola como o João XXIII, que é um lugar privilegiado com uma educação democrática e cidadã, promover esses encontros que legitimam, celebram e enriquecem nossas humanas diversidades para superar as práticas de negação ou marcação das diferenças para um outro estágio, que é de comunhão nas diferenças”, salientou Márcia Vialiati. Ela destacou ainda que este é um caminho que a Escola tem seguido, assim como o combate ao racismo estrutural, que é uma luta cotidiana. 

Núcleo da Infância 

A Diretora convidou então as Orientadoras e Coordenadoras Pedagógicas, do Núcleo da Infância e da Juventude, para compartilhar a trajetória do ensino aprendizagem dentro do João. No Núcleo da Infância, as Orientadoras Educacionais Hildair Camera (Dada), Melissa Klein e Taís Holosback, ao lado das Coordenadoras de cada etapa, Amanda Eccel, do 1º ao 5º ano e Clara Coelho, da Educação Infantil,  e do Psicólogo Escolar, Lucas Machado, contaram como tem sido o trabalho com os pequenos após dois anos de isolamento social e com o retorno da presencialidade. Eles destacaram a importância da formação entre os membros da Equipe Pedagógica e das constantes trocas e estudos para contemplar os desafios do educar em tempos de pandemia. 

A Orientadora Taís destacou a fase de desenvolvimento dos pequenos do 5º ano, que estão no Núcleo da Infância e se preparam para o Núcleo da Juventude. Ela ressaltou o olhar atento da Escola para essa fase e o estímulo ao protagonismo dos estudantes. Atento aos reflexos de dois anos de isolamento, o Núcleo da Infância explanou também sobre o desafio de resolver conflitos e o quanto ainda é preciso fortalecer o espaço de fala das crianças na prática pedagógica em sala de aula.

Núcleo da Juventude 

Para falar sobre o percurso de aprendizado do Núcleo da Juventude, foram convidadas as Orientadoras Educacionais Fabiana Lisboa, do 6º ao 8º ano, e Letícia Araújo, do 9º ao Ensino Médio, ao lado das Coordenadoras Ianne Godoi, do 6º ao 9º ano, Mariana Brito, do Ensino Médio, e o Psicólogo Escolar, Lucas Machado. Um dos primeiros pontos abordados pela equipe Técnica foi destacar que a Escola se preocupa e trabalha em prol da compreensão do jovem hoje, opondo-se a uma perspectiva que vê esse tempo de vida como uma preparação para a vida adulta. Também explicaram a proposta do Projeto Trilhas, em que os jovens são convidados a percorrem rotas de aprendizagens que dialogam com interesses e com vivências que desejam explorar, e o Projeto Cartografia, para o 9º ano, que possibilita a construção de projetos pessoais de pesquisa, em que os estudantes vivenciam experiências de iniciação científica, apontando temáticas que desejam estudar, mapeando interesses e preferências que dizem de suas indagações, curiosidades, desejos, assim delineando seus projetos de vida.  

O Núcleo ressaltou a importância da atuação dos educadores da Escola para a escuta aos jovens, proporcionando a compreensão das subjetividades e conversas sobre as relações, tendo também essa perspectiva como parte do currículo escolar. Foi possível também contar sobre a importância das atividades complementares e opcionais no turno inverso da Escola, como os Clubes, a Banda e as Equipes Esportivas, que possibilitam aos estudantes viver mais tempo dentro do João, experienciando diferentes oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem, além da ampliação de convivência e do fortalecimento de amizades.  

Ensino Médio 

Com os desafios de um currículo reformulado, construído para e com os estudantes, a Coordenadora do Ensino Médio explicou as mudanças feitas nesta etapa, que abrange a Formação Geral Básica e os Itinerários, nos quais é possível aprofundar conhecimentos para que os estudantes possam vivenciar momentos de escolha, que refletem no projeto de vida.  Mariana informou também que no segundo semestre os estudantes terão dois simulados preparatórios para o vestibular. “Os jovens que estão aqui conosco compartilham a vida, os desejos, as curiosidades e assim nos trazem a real noção da responsabilidade que temos”, ela citou ao falar como o João XXIII prioriza a relação entre docente e discente. 

Protagonistas da vez

Duas estudantes foram convidadas para a apresentação do Núcleo da Juventude. Helena Estrela, representante de turma do 6E, falou sobre a importância da Escola em estimular as campanhas para a escolha do representante de turma “Nós não mandamos, somos a voz da nossa turma. Estar representando a turma me faz querer colocar as ideias em prática”. E é isso que ela tem feito. Helena foi a idealizadora do Clube do Livro, que começou esta semana na Biblioteca e convida jovens do 6º ano ao Ensino Médio a fazerem trocas e discussões importantes sobre obras literárias. Helena impressionou os conselheiros com sua capacidade de se expressar e com a importante frase no início de sua fala sobre a apresentação de Rius: “A data celebra a luta da comunidade por mais direitos e garantias. O amor não deve ser reprimido, rejeitado, desprezado ou negado. Amar é para todos. Gênero é para todos”.  

Valentina Nicolazzi, estudante da 3C, foi a voz do Grêmio Estudantil do João (GEJ) e comentou sobre a representatividade do GEJ, que representa o interesse e direito dos alunos em participar ativamente das ações. O GEJ cedeu, em abril, uma entrevista para o Jornal Nacional falando sobre a importância de tirar o título antes de encerrar o prazo de inscrição para os jovens a partir de 16 anos. “Como GEJ, a gente trouxe os títulos para o Colégio, e esta foi uma ação muito legal que fizemos, com a adesão de vários jovens”, comentou. 

O novo Lab23 

A Coordenadora do Núcleo de Tecnologias Educacionais, Ana Carolina Ribeiro, responsável pelo Lab23, também compartilhou a vivência de discentes e docentes dentro do novo espaço de aprendizagem da Escola. Em fotos e relatos, Ana destacou a alegria dos estudantes em usufruir o novo Laboratório. Para Ana Carolina, o novo espaço pedagógico possibilitou que os estudantes ressignificassem o processo de criação, uma vez que não estão voltados apenas para o resultado final, mas sim atenciosos com o que estão fazendo para chegar lá. 

O último assunto a ser abordado era o desconto solidário, no entanto a pauta ficou para a reunião do próximo dia 12 de julho em razão do horário.