… a ex-estudante Paola Carrilho
A nossa ex-estudante Paola é mãe do Joaquim, aluno dos anos iniciais, e atua como supervisora de audiovisual no Colégio João XXIII, função que ela considera perfeita, porque proporciona uma proximidade ainda maior com a comunidade escolar e com a cultura, área que sempre gostou muito.
“Uma das coisas que eu mais gosto é de estar perto dos estudantes, das famílias e dos funcionários do colégio. De tudo que vivi como profissional no João, aqui no audiovisual encontrei o meu lugar. Apesar de ser uma área administrativa, presta serviço para a comunidade escolar, para a equipe pedagógica e auxilia nos eventos do Colégio. Aqui a gente vê uma ideia se transformar e ser bem recebida pelo público, que vibra em cada detalhe, é muito legal. Tenho uma equipe unida, que faz tudo acontecer e torna meus dias especiais.”
A trajetória dela no João é bem longa e inicia na década de 80, quando sua mãe, professora de educação física no João, a matriculou no nível 1 da Educação Infantil.
“Entrei no nível 1 e meu irmão já estudava aqui. Teve um ano que fomos morar em Recife e quando retornamos, voltei a estudar no Colégio e fiquei até o segundo ano do ensino médio. Aí saí novamente para fazer o Terceirão em outro local.”
A Paola conta que quando nasceu o Joaquim, ela não conseguia pensar em outro colégio que não fosse no João para ele estudar, pois os valores que o João cultiva não tem outro lugar. Quando chegou o momento de matriculá-lo, ela ficou sabendo de uma vaga de trabalho no Colégio e não pensou duas vezes e se candidatou. Passou pelo processo seletivo e conquistou a vaga. Tudo contribuiu para que os dois viessem para o João:
“Eu saí por uma porta e entrei por outra. Saí como aluna e retornei como educadora e mãe. A escolha pelo João se deve muito pelo que vivi na época em que estudei aqui e pelos valores do Colégio. Ser múltiplo nesse universo, de proporcionar olhares diferentes com respeito e contribuir na construção de seres humanos bons. Claro que cada um vai absorver isso de uma forma diferente. E eu me orgulho da pessoa que sou hoje. Com certeza eu quero que isso faça parte da vida dele também”, diz Paola.
Ela experimentou 4 posições diferentes: filha de professora de educação física do João, estudante, profissional e mãe de aluno. Praticamente todos os papéis da comunidade escolar. E o que mais a emociona é o de mãe ao vê-lo como um ser humano pensante, crítico e com relações verdadeiras de amizade assim como as que ela formou durante os anos em que esteve no João:
“Somos 14 amigos e seguimos juntos até hoje. Esses vínculos são fortes. Esses elos que se formam e se fortalecem foram cultivados e floresceram. Nós nos falamos todos os dias pelo WhatsWapp. Inclusive estamos organizando uma festa para comemorar os 25 anos de formados no Terceirão e eu estou na comissão. Mesmo eu saindo no segundo ano, parece que eu nunca estive fora do colégio. De qualquer forma eu participei da festa das tintas deles. Estávamos sempre juntos. Mesmo saindo do Colégio, nunca deixei de ser daqui, de fazer parte de tudo isso.”
As lembranças do que viveu no Colégio, ela guarda no coração e na caixa que mantém com todas as cartinhas, bilhetes e fotos trocadas com as amigas no João. Porque naquele tempo não existia celular e era preciso ser criativo para se comunicar. As fotos iam com dedicatórias, cartas secretas e sem remetente, bilhetes combinando um encontro e por aí vai…
“Toda vez que passávamos uma pela outra, entregávamos um bilhete, uma foto com dedicatória. Usávamos as folhas dos fichários para escrever cartinhas com figurinhas e canetas coloridas para decorar. E eu guardo todas elas até hoje e é tão bom reler e relembrar dessa época. E eu estimulei o meu filho a fazer a mesma coisa e ter uma caixinha com as recordações dele. Acho importante cultivar esse hábito, porque no futuro será a lembrança concreta de tudo que ele viveu”.
Ainda pensando sobre as belas recordações, ela menciona que a turma dela plantou uma árvore no fundo do Colégio, um dos ritos que as turmas tinham antes de sair, além da pintura do muro.
“Deixar essa marca e essa contribuição para a natureza é ter a certeza de que sempre estaremos aqui no João de alguma forma”, destaca Paola.
Além da grande área verde, onde podia ficar ao ar livre com os colegas, ela sente falta da música, que era muito presente no dia a dia.
“No nosso tempo tinha o Festival da Canção Francesa, porque tínhamos aula de francês e o nosso envolvimento era multidisciplinar. Para o Festival, escolhíamos as músicas e fazíamos as traduções para as apresentações. E é um momento saudoso pra mim, porque sou muito musical apesar da música ser uma possibilidade para mim naquele momento, a arte era. Sou apaixonada por arte, por desenho, tenho uma alma artista e cheguei a cursar arquitetura porque era de certa forma próxima do desenho. E durante o curso eu percebi que não era bem dessa arte que eu gostava. E acabei saindo.”
O primeiro vestibular da Paola foi para Arquitetura. Depois que desistiu do curso, tentou vestibular para Artes Plásticas na UFRGS, única universidade que oferecia o curso naquele momento. Chegou a passar na prova prática de aptidão, mas não foi aprovada no vestibular. Acabou cursando Administração no IPA, onde se formou. Hoje, ela aproveita os conhecimentos de administração como gestora no audiovisual e ainda consegue estar mais perto da cultura e da arte.
Assim como ela, seu filho Joaquim comentou que ama a professora Ana Maestri de música, que foi professora dela também. Na disciplina de artes, a Paola adorava a professora Ivone. Ela lembra de fazerem as camisetas das equipes das Olimpíadas e Interséries em casa, quando criavam a arte e pintavam os números nas camisetas. Nesses momentos ela unia a arte com a educação física, na qual tinha mais proximidade pelo fato da mãe dela ser professora também.
“É bem simbólico a gente ter a professora de música em comum. Porque no início, quando entrei aqui não sabia que ela ainda lecionava. E foi ela que me reconheceu através de um e-mail institucional que enviei e ela respondeu perguntando se não tinha sido aluna dela. Quando nos encontramos pessoalmente tive a certeza de que era ela, apesar de estarmos de máscara, por causa da pandemia”.
As relações sofreram impactos com a pandemia e uma um deles foi o afastamento das pessoas. Como ela não conhecia os colegas, gostava de sentar-se na casinha da árvore durante o intervalo para ficar lendo.
“Olhar o Colégio lá de cima enquanto eu pegava sol e lia, era um momento de integração com a natureza e muito especial. Adoro esse cantinho até hoje.”
Em julho, nossa ex-estudante completou 1 ano como supervisora do audiovisual e diz que o melhor presente que poderia ganhar é esse, de participar da série Por onde anda… e contar um pouco dessa conexão tão bonita e profunda que tem com o João XXIII. Ela aproveita para deixar um recado aos estudantes:
“Desfrutem desse momento da vida escolar, do que o João proporciona e do que essa fase representa na vida do ser humano. Porque grande parte das lembranças que a gente leva para a vida, se constroem nesse ambiente escolar tão rico. E, o João proporciona infinitas possibilidades de construção de excelentes memórias. Desejo que essas vivências sejam aproveitadas e que vocês consigam enxergar o que o colégio pode oferecer”.
Por Renata Lages A. Eberhardt








