O 2º Seminário Educação em Tempos de Reparação é um espaço de formação continuada proposto pela Fundação Educacional João XXIII, que, neste ano de 2024, completa 60 anos. Desde sua primeira edição, em 2019, o Seminário de Educação vem garantindo-se como um espaço diferenciado de debate sobre o contexto educacional.
O Seminário atual pretende contribuir para a análise e o debate das tão polêmicas questões implicadas na relação entre Educação e contemporaneidade, com o intuito de problematizar, discutir e produzir novas e possíveis configurações para o contexto educacional sobre eixos temáticos que dialogam com a reflexão sobre como podemos (re)construir a Escola:
O seminário será do dia 10 a 28 outubro de 2024, no formato semipresencial. Nos dias 10 e 28/10 teremos as palestras de abertura e encerramento (on-line). Nos dias 18 e 19/10, acontecerão os encontros presenciais. No primeiro dia haverá uma palestra e atividade cultural e no segundo um encontro organizado por eixos temáticos, com inscrições por áreas de interesse, com foco no compartilhamento e reflexão sobre práticas de sala de aula.
Os encontros presenciais ocorrerão na comunidade da Escola. O Colégio João XXIII (Av. Sepé Tiarajú, 1013) e a UniRitter (Rua Orfanotrófio, 555) sediarão o evento. Esta é uma parceira que objetiva fomentar a formação de estudantes dos cursos de Licenciatura e de professores da Educação Básica.
O público-alvo do Seminário serão professores da Educação Básica (redes públicas e privadas) e professores e discentes do Ensino Superior – Cursos de Licenciaturas (instituições públicas e privadas) de todo Brasil.
O Seminário de Educação objetiva a construção de um evento de formação profissional, acadêmico e científico, por meio do aprofundamento de eixos temáticos que se conectam com a trajetória humanista e progressista da Escola, reafirmando sua proposta política pedagógica de vanguarda: comunitária, filantrópica, antirracista e inclusiva. A partir de uma curadoria de convidados nacionais e internacionais e da apresentação de práticas de sala de aula, fomentando a pesquisa no cotidiano docente, serão propostas reflexões que dialogam a perspectiva de pensar sobre como podemos (re)construir a Escola, compreendendo a ideia de reparação como um compromisso com a (re)construção da democracia em nosso país. O Seminário será marcado pelo lançamento da primeira edição da Revista do Núcleo de Formação do Colégio João XXIII, com o propósito de fomentar a pesquisa e a produção acadêmica Docente e de profissionais da Educação.
A Fundação Educacional João XXIII diferencia-se por ser a única escola comunitária do Rio Grande do Sul, com uma gestão compartilhada entre educadores e famílias e sem fins lucrativos. Como marca da sua história, encontra-se a proposição de reflexão sobre temas emergentes da Educação.
Assim, propõe-se pensar num continuum, desde o último seminário, intitulado Educação em Tempos de Conflito, que marcou seus 55 anos e promoveu uma imersão sobre os riscos e desafios da Educação no momento histórico brasileiro que se vivia. O encontro reuniu palestrantes de renome nacional e internacional e propôs uma corajosa e profunda análise sobre os riscos e desafios da Educação em 2019, sendo aberto para instituições de ensino e sindicatos. Além dos debates, o seminário ofereceu momentos de arte e abriu espaço para a fala dos estudantes. A organização das propostas produzidas durante o evento resultou em um “Manifesto pela Educação”. O documento foi encaminhado aos organismos ligados ao setor, configurando um legado do Colégio João XXIII à Educação brasileira ameaçada por reformas redutoras e retrógradas.
Desde então a Escola revisitou seus documentos legais, atualizando seus princípios, destacando-se entre eles a Educação Cidadã e Democrática e a Inclusão Social e Racial, por meio da erradicação de preconceitos, discriminações e iniquidades, e a Pluralidade, respeitando e valorizando diferenças. A nossa trajetória já era marcada pela inclusão social por meio de bolsas de estudos para crianças e jovens. Cabe destacar que, desde 2020, a Escola possui um Coletivo Antirracista. Com o início do Coletivo, novas e potentes ações se articulam no cotidiano: política de contratação de profissionais negros, pardos e indígenas, formações para toda a comunidade escolar, Projeto João de Todas as Cores, que oferece bolsas de estudo para crianças e jovens negros, pardos e indígenas, entre outras ações em prol da construção de uma comunidade antirracista.
Cada momento, considerado uma etapa do evento, será nomeado com uma palavra que remete ao léxico das línguas bantas e de povos indígenas brasileiros, dialogando com a intencionalidade de aproximação entre povos e culturas e oportunizando a construção de uma teia de significados que ultrapassa uma lógica eurocêntrica. Os momentos projetam em seus nomes um convite para uma experiência formativa, um percurso de estudos e transformação que pode emergir do encontro em uma comunidade educativa. As palavras foram selecionadas a partir da leitura do trabalho de Nei Lopes, compositor, cantor, escritor e estudioso das culturas africanas, em “Novo dicionário Banto do Brasil”; do “Glossário Ilustrado Tupi-Guarani” e da Biblioteca Multimídia Virtual da Funai, por meio do Museu do índio, no Portal Japiim.