Conversas ao rés do chão, com Luís Augusto Fischer

O livro A vida que ninguém vê, de Eliane Brum, é a primeira leitura literária realizada pelo nono ano em 2021. Sua leitura nos motivou a estabelecer contato com a crônica, a qual está na centralidade de nossos estudos. Assim, conhecemos autores/as de diferentes épocas, por meio dos/as quais evidenciamos as particularidades do gênero. Nosso percurso literário cotejou, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade e Gregório Duvivier, escritores que revelam recursos literários e linguísticos fundamentais para a constituição desse tipo de texto. 

Para esticar a nossa percepção sobre esse assunto, contamos com a presença do professor e escritor (pai do Benjamim e da Dora, estudantes do João) Luís Augusto Fischer, com quem as turmas conversaram no encontro ocorrido no dia 26/04, durante a Jornada Literária da escola. No bate-papo, Fischer apontou características da crônica, relembrando inclusive a relação do texto com o suporte jornal. Além disso, ele contou sobre as suas experiências de leitura, especialmente as que envolvem o Pasquim, jornal irreverente e jocoso, e compartilhou conosco a crônica Deslumbrados, de Luis Fernando Verissimo.  

Por fim, com este diálogo, não tivemos a pretensão de definir a essência do gênero, até mesmo porque acreditamos que a crônica é um gênero em que se dá o encontro de diversas linhas de força na prosa a partir do século XIX: marcas do jornalismo, aspectos do conto, características do ensaio, traços poéticos… Aspectos, todos eles, atravessados pelo constante risco de o discurso perecer na efemeridade do tempo cotidiano. Queríamos, isso sim, aproximar a literatura de nossos/as jovens. A nossa conversa ao rés do chão certamente será perene, como todas as boas prosas. 

Josiele Machado Medeiros

Professora de Redação